Córnea e superfície ocular:

A córnea é uma estrutura transparente localizada na parte anterior do olho. Ela permite que as imagens do meio externo penetrem no olho e sejam captadas pela retina. Para o bom funcionamento da córnea, é necessário que a mesma tenha transparência satisfatória e curvatura adequada. Diversas patologias podem acometer a córnea e superfície ocular, tais como inflamações, infecções, alergias, além de Ceratocone e Olho Seco.

• CERATOCONE

Patologia em que a córnea sofre abaulamento e afinamento progressivos, levando à baixa acuidade visual proveniente do astigmatismo irregular (ou seja, distorção da imagem causada pela alteração da curvatura normal da córnea).

Os sintomas vão desde a visão borrada e imagens fantasmas até sensibilidade à luz e presença de halos noturnos.

O tratamento visa proporcionar uma boa visão ao paciente, seja com óculos ou lentes de contato rígidas, e diminuir a progressão da doença com a realização de Crosslinking ou Anel Intraestromal. Casos mais avançados podem evoluir até para o transplante de córnea, desde que sempre supervisionados por um oftalmologista de confiança.

Tratamentos:

  • CROSSLINKING CORNEANO: Consiste na aplicação de uma solução de riboflavina (Vitamina B2) sobre a superfície da córnea, seguida de irradiação da córnea com luz UVA, na tentativa de fortalecer o estroma corneano e impedir a progressão da doença.
  • ANEL INTRAESTROMAL: Indicado no estágio moderado do Ceratocone, onde o anel remodela e diminui a curvatura da córnea, tornando sua superfície mais regular, facilitando a correção visual com óculos ou lentes de contato rígidas.

• OLHO SECO: Patologia na qual a produção de lágrima está diminuída ou a lágrima produzida é incapaz de lubrificar corretamente os olhos.

  • Sintomas mais comuns são: Ardência, irritação, olhos vermelhos, turvação visual, sensação de areia nos olhos e desconforto visual.
  • Fatores de risco: Mulheres acima de 40 anos, uso de anticoncepcionais orais, uso de lentes de contato, blefarite, alterações nas glândulas palpebrais, uso de medicamentos (anti-histamínicos, diuréticos, antidepressivos e algumas medicações para acne – como a Isotretinoína (Roacutan), e após cirurgias refrativas.
  • Tratamento: Colírios de lágrima artificial são a primeira escolha utilizada, além de alterar a exposição aos fatores de risco. Outras abordagens podem ser necessárias, como o fechamento (de um ou mais) dos dutos lacrimais, que drenam as lágrimas, com plugs de silicone.

CIRURGIA DE PTERÍGIO:

Consiste na remoção mecânica do pterígio, seguida de realização de enxerto de conjuntiva sadia no local. Esse enxerto pode ser suturado com fio de seda ou colado com uma cola orgânica de fibrina, que proporciona maior conforto no pós-operatório. De acordo com a conduta médica, substâncias quimioterápicas como a Mitomicina C podem ser aplicadas no ato cirúrgico ou utilizadas no pós-operatório sob a forma de colírio, com intuito de diminuir as recidivas.